Banda: The Action
Disco: The Ultimate! Action [Bonus Tracks]
Ano: 1990(*)
Gênero: Mod, Garage Rock, British Psychedelia, Freakbeat, British Invasion
Faixas:
1. I'll Keep On Holding On [1966] (Hunter, Stevenson) 3:43
2. Harlem Shuffle [1980] (Relf, Nelson) 3:16
3. Never Ever [1967] (A. King, R. King, Evans, Powell) 2:23
4. Twenty Fourth Hour [1967] (A. King, R. King, Evans, Powell) 2:38
5. Since I Lost My Baby [1966] (Robinson, Moore) 3:44
6. In My Lonely Room [1965] (B. Holland, Dozier, E. Holland) 2:41
7. Hey Sha-Lo-Ney [1966] (B. Lane, Linde, M. Lane) 2:30
8. Wasn't It You? [1966] [Bonus Track] (Goffin, King) 2:52
9. Come On, Come With Me [1984] [Bonus Track] (A. King, R. King, Evans, Powell) 2:24
10. Just Once In My Life [1990] [Bonus Track] (Spector, Goffin, King) 2:56
11. Shadows And Reflections [1967] (Marks, Almer) 2:53
12. Something Has Hit Me [1967] (R. King, Jones) 3:30
13. The Place [1980] (Unknown) 2:35
14. The Cissy [1980] (A. King) 2:23
15. Baby You've Got It [1965] (McAlister, Vail) 2:45
16. I Love You (Yeah) [1964] (Mayfield) 3:20
17. Land Of Thousand Dances [1965] (Kenner, Domino) 2:51
Créditos:
✹Reggie King: Vocals
✹Alan King: Rhythm Guitar
✹Mike Evans: Bass
✹Roger Powell: Drums
✹Pete Watson: Lead Guitar
(*) LP lançado originalmente em 1980.
Biografia:
Depois dos Beatles, a Action foi a banda mais impressionante contratada pela EMI, através de George Martin, em meados dos anos 60. O fato de o grupo nunca ter conseguido emplacar um single nas paradas no espaço de dois anos em que figurou no catálogo da gravadora, ainda que bandas menores vendessem dezenas de milhares de discos sem, aparentemente, fazer nenhum esforço, é uma daquelas grandes ironias do rock & roll inglês situado na metade da década sessentista.
O grupo surgiu ao norte de Londres, em 1963, com o nome Boys, tendo gravado um single e atuado como banda de apoio para Sandra Barry até receber a oportunidade de gravar o single "It Ain't Fair", pelo selo Pye, e assim garantir seu passaporte para a imortalidade. A Boys acabou em 1964, mas seus integrantes não se separaram, reagrupando-se como um quinteto: ao lineup original – Alan "Bam" King (guitarra), Reg King (vocal), Mike Evans (baixo) e Roger Powell (bateria) – foi acrescido Pete Watson (guitarra), e a banda passou a se chamar Action.
Com essa formação, a Action desenvolveu uma sonoridade mais vigorosa e pesada, que rapidamente caiu nas graças do público mod. Soava como a Small Faces, mas sem o peso instrumental desta ou a personalidade inflamada de Steve Marriott para marcar sua imagem. Foi descoberta por George Martin, que a levou para sua recém-fundada AIR Productions, em 1965, e propiciou-lhe um contrato com a gravadora Parlophone Records, da qual tinha sido dirigente.
A Action estreou no mercado fonográfico com o excelente single "Land Of A 1000 Dances/In My Lonely Room", que, porém, não alcançou as paradas. O fracasso do grupo em se conectar com o público é ainda mais surpreendente ao ser colocado em perspectiva várias décadas depois, já que seu repertório envelheceu bem, desde o início – o primeiro single e outras canções, como "Baby You've" Got It" e o cover "I Love You (Yeah!)", de Curtis Mayfield, são músicas dançantes irresistíveis, interpretadas com verdadeiro talento e inspiração; e o que dizer do autêntico soul branquelo vocalizado por Reg King, tão credível quanto qualquer coisa emanada da Inglaterra na época (ou desde aquela época)? – sua versão de "Land Of 1000 Dances" é talvez a única feita fora dos Estados Unidos que pode ser levada a sério, dispensando desculpas ou explicações.
O segundo single do grupo, "I'll Keep On Holding On/Hey Sah-Lo-Ney", lançado no começo de 1966, foi um disco tão bom quanto o primeiro (particularmente a formidável e dançante canção do lado B), mas também não chegou às paradas. A banda conseguiu arregimentar um bom número de admiradores, mesmo concorrendo com Who e Small Faces, contudo seus discos permaneciam encalhados. Seria preciso a exposição que a abertura de uma turnê dos Beatles poderia alcançar, e, dada a conexão entre George Martin e a EMI, isso não estava fora de questão, mas não aconteceu – embora dificilmente se poderia imaginar Lennon, McCartney, etc. objetando a companhia. O fato, porém, é que a Action nunca foi além do circuito das casas noturnas.
Watson saiu em 1966 e entrou Martin Stone (ex-membro da banda bluseira Savoy Brown e da Stone's Masonry), mas o som permaneceu inalterado. De qualquer modo, o grupo evoluiu junto com a música que amava – ao término de 1966 e início de 1967, o material da Action consistia em música soul, baladas suaves, de doce lirismo ("Since I Lost My Baby") e até umas poucas e notáveis canções próprias ("Twenty Fouth Hour") com uma batida mais funk, tudo relativamente distante do estilo R&B vigorante no período inicial.
O som do grupo estava bastante mudado, tendo evoluído, por volta da metade de 1967, para um folk-rock progressivo, e a ânsia em experimentá-lo era grande; começou parecido com a Birds e terminou influenciado mais pela Byrds. A EMI, entretanto, desapreciou a artística sonoridade psicodélica que o grupo tentou em seu sexto single, "Little Girl", culminando por descontratá-lo.
Durante décadas, houve rumores acerca da existência de um álbum inédito da Action, trancafiado nos cofres da EMI, mas nenhum disco com material original apareceu.
No encerramento de 1967, ainda ávida para expandir seu novo som, a banda admitiu o tecladista Ian Whiteman. Posteriormente, Reg King deixou-a para seguir carreira solo. Whiteman, então, assumiu as rédeas do grupo remanescente, rebatizando-o de Azoth. E, aliando-se a Giorgio Gomelsky, gravou grande quantidade de material, como demos e potenciais discos no tempo em que ficou sob a gestão do famoso empresário. Converteu-se, por fim, na genuína banda psicodélica Might Baby, que executava um som muito diferente da Action (Bruce Eder,
AllMusic; tradução livre do inglês).