terça-feira, 2 de agosto de 2016

Lindo esse texto- O caminho de volta!!!


Já estou voltando.
Só tenho 37 anos e já estou fazendo o caminho de volta.
Até o ano passado eu ainda estava indo.
Indo morar no apartamento mais alto do prédio mais alto do bairro mais nobre.
Indo comprar o carro do ano, a bolsa de marca, a roupa da moda.
Claro que para isso, durante o caminho de ida, eu fazia hora extra, fazia serão, fazia dos fins de semana eternas segundas-feiras.
Até que um dia, meu filho quase chamou a babá de mãe!
Mas, com quase quarenta, eu estava chegando lá.
Onde mesmo?
No que ninguém conseguiu responder, eu imaginei que quando chegasse lá ia ter uma placa com a palavra "fim".
Antes dela, avistei a placa de "retorno" e nela mesmo dei meia volta.
Comprei uma casa no campo (maneira chique de falar, mas ela é no meio do mato mesmo).
É longe que só a gota serena.
Longe do prédio mais alto, do bairro mais chique, do carro mais novo, da hora extra, da babá quase mãe.
Agora tenho menos dinheiro e mais filho.
Menos marca e mais tempo.
E não é que meus pais (que quando eu morava no bairro nobre me visitaram quatro vezes em quatro anos), agora vêm pra cá todo fim de semana?
E meu filho anda de bicicleta, eu rego as plantas e meu marido descobriu que gosta de cozinhar (principalmente quando os ingredientes vêm da horta que ele mesmo plantou).
Por aqui, quando chove, a Internet não chega.
Fico torcendo que chova, porque é quando meu filho, espontaneamente (por falta do que fazer mesmo) abre um livro e, pasmem, lê.
E no que alguém diz "a internet voltou!" já é tarde demais porque o livro já está melhor que o Facebook, o Twitter e o Orkut juntos.
Aqui se chama "aldeia" e tal qual uma aldeia indígena, vira e mexe eu faço a dança da chuva, o chá com a planta, a rede de cama.
No São João, assamos milho na fogueira.
Aos domingos, converso com os vizinhos.
Nas segundas, vou trabalhar, contando as horas para voltar.
Aí eu me lembro da placa "retorno" e acho que nela deveria ter um subtítulo que diz assim: "retorno – última chance de você salvar sua vida!"
Você provavelmente ainda está indo.
Não é culpa sua.
É culpa do comercial que disse: "Compre um e leve dois".
Nós, da banda de cá, esperamos sua visita.
Porque sim, mais dia menos dia, você também vai querer fazer o caminho de volta.
(Téta Barbosa)

quarta-feira, 8 de junho de 2016

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Educai a criança



Um coração de criança
É uma urna de amor, de inocência e esperança.
É um jasmim em botão de imácula pureza
Perfumando o jardim do Amor e da Beleza.
É uma flor aromal.
Uma ave pequenina,
Que nos recorda a luz puríssima, inicial
Da morada divina!
Mas a alma infantil, como leiva de terra.
Guarda, cria e produz aquilo que ela encerra!
Coração original, terra pura e inocente
Que desenvolve em si a boa e má semente.
Se lhe deres o Amor que salva e regenera,
A esperança no Céu que se resigna e espera,
Os exemplos do Bem que esclarece e ilumina,
Os archotes da Fé que sonha e raciocina.
A lição do Evangelho em atos de bondade,
Os perfumes liriais da flor da Caridade.
A Verdade, a Luz e o Amor - a trilogia
Que compõe no Universo os hinos da Harmonia
Vê-la-eis produzir dessas espigas d'ouro
De um dos trigais de abril imensamente louro.
Se lhe derdes, porém, as sementes do vício
Tereis o pantanal, a chaga, o meretrício,
A ferida social que sangra, que supura, 
Os venenos letais da Dor e da Amargura!
Em vez do sol que aclara uma vida sublime,
Vereis a lava hostil que favorece o crime.
Educai, educai o coração da infância,
Roubai-o da torpeza do mal e da ignorância.
Plantai no coração dos pobres pequeninos
As árvores do Bem cheias de dons divinos...
Elevai-os na Terra aos píncaros da Luz,
Com os exemplos de Amor da vida de Jesus!
O coração da criança
É um sacrário de amor, de inocência e esperança.
Ponde nesse sacrário a hóstia que transude
A chama da Verdade e a chama da Virtude
E tereis praticado o ensino do Senhor
Que fará deste mundo um roseiral de Amor!

Guerra Junqueiro 
(Poema psicografado em 14 de julho de 1933, 
em Pedro Leopoldo e dedicado a Júlio Leitão)

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Arte- Um dia especial.

Fazendo a alegria das crianças. Elas amam quando podem pintar seus rostinhos. é muito gratificante o sorriso dos pequenos