quarta-feira, 12 de junho de 2024

É sempre fácil ser um modernista




“É fácil ser louco: é fácil ser herege. É sempre fácil deixarmo-nos conduzir pelo espírito do tempo; o difícil é mantermos o nosso rumo.

É sempre fácil ser um modernista; assim como é fácil ser snob.”

G. K. Chesterton

Para o Pedro Arroja, ser liberal é ser cabrão. E tem razão.


“O Chega nasceu como um Partido conservador-liberal, conservador nos costumes, liberal na economia. Mas nas últimas eleições legislativas, o seu programa virou consideravelmente à esquerda, tornando-se um programa que, na economia, é vincadamente social-democrata, e noutros sectores, como quando se refere aos animais, uma mera imitação do PAN.”

Pedro Arroja

Para o Pedro Arroja, o CHEGA deveria ser uma espécie de IL [Iniciativa Liberal] mas sem os tiques “wokes” do Bloco de Esquerda que caracterizam os “liberais” portugueses.

O Pedro Arroja não se dá conta de que a IL [Iniciativa Liberal] consegue arregimentar o pior da Direita e da Esquerda: desta última, adoptou o Wokismo (Pós-modernismo), e da Direita adoptou a filha-da-putice do darwinismo social.

Mas explicar isto ao Pedro Arroja poderia ser fastidioso e mesmo improfícuo, porque é ele um contabilista. Um contabilista só vê números.

Dizer-lhe que o Conservadorismo português é essencialmente católico e que respeita a essência da Doutrina Social da Igreja Católica, seria pura perda de tempo.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Salazar foi um conservador (da sardinha).


A Cristina Miranda escreve aqui acerca do “fascismo”; o problema do texto, é que dele se pode inferir que o patriotismo / nacionalismo é um fenómeno político de Esquerda.

«Enquanto o marxismo mobiliza as pessoas com base apenas na sua classe, o fascismo mobiliza apelando às suas identidades nacionais e classes. Segundo ele, toda a acção privada devia ser orientada para servir a sociedade. Nesta ideologia não há distinção entre interesse privado e público pois o braço administrativo da sociedade é o Estado. Mussolini resumiu esta ideologia numa frase: “Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado” ».

Deste trecho, do texto da Cristina Miranda, pode-se inferir que

1/ quem apele à identidade e à união nacional, é “fassista”;
2/ quem é “fassista”, é de Esquerda;
3/ quem é patriota ou nacionalista, para além de “fassista”, é de Esquerda;
4/ só não é “fassista” quem defende um tipo de globalismo controlado por uma plutocracia internacional aliada ao caciquismo local do marxismo cultural internacionalista;
5/ quem é patriota / nacionalista, é “estatista” (o braço administrativo da sociedade é o Estado) porque defende o absolutismo do Estado.


Eu vivi durante o Estado Novo, embora muito moço. E poderia aqui assegurar, por A+B e por experiência própria, que Salazar não era de Esquerda.

A confusão começa quando não definimos “Esquerda” e “Direita(ver link).

As noções de Esquerda e de Direita são relativamente recentes: nasceram da Revolução Francesa e do jacobinismo; mas a noção e o conceito de “Estado” já vem de Aristóteles.

Não devemos associar o Estado à Esquerda, e a ausência do Estado à Direitacomo se pode inferir do texto da Cristina Miranda —, até porque um dos partidos que mais necessita do Estado para cumprir os seus desígnios ideológicos, é a IL [Iniciativa Liberal].

Os liberais, como é o caso da Cristina Miranda, só são “liberais” de nome, porque recusam (na linha de Rousseau) a predominância e a importância social das instituições intermediárias entre o indivíduo e o Estado. A atomização da sociedade é um desígnio ideológico liberal.

Aliás, esta recusa da predominância e a importância social das instituições intermediárias entre o indivíduo e o Estado também é uma característica do jacobinismo e, posteriormente, do marxismo. Um liberal é um revolucionário, uma vergôntea do jacobinismo.

Os liberais começaram por chamar de “democráticas” às instituições liberais, e acabaram por chamar de “liberais” às actuais servidões democráticas.

“Rousseau é o pai do movimento romântico iniciador do sistema que infere, de emoções humanas, factos não-humanos, e inventor da filosofia política de ditaduras pseudo-democráticas como opostas a monarquias absolutas. Desde então, os que se julgavam reformadores ou o seguiam a ele, ou seguiam ou seguiam Locke. Às vezes cooperavam e muitos não viam incompatibilidade, que se tornou pouco a pouco evidente. Hitler é vergôntea de Rousseau; Roosevelt e Churchill, de Locke.”

Bertrand Russell, “História da Filosofia Ocidental”, página 627; Livros Horizonte Lda., Lisboa, 1966

A atomização da sociedade é defendida pelos liberais (IL [Iniciativa Liberal]) e pelos libertários de Esquerda (Bloco de Esquerda), embora por razões distintas.

“Isto significa, nada menos, do que [o Estado] obrigá-lo [ao cidadão] a ser livre” (Rousseau).

Segundo Rousseau (e mais tarde, Hegel), a liberdade é o direito de obedecer à polícia.

Esta é a visão actual do liberalismo globalista da IL [Iniciativa Liberal] — e por isso é que a IL [Iniciativa Liberal] é um partido bem-visto pelos me®dia e pelas elites [ruling class] em Portugal.

“Se quando o povo, bem informado, toma deliberações, e os cidadãos não comunicam entre si, a soma das pequenas diferenças daria sempre a vontade geral e a decisão seria boa” — Rousseau

Desta proposição de Rousseau podemos inferir que todas as opiniões políticas são comandadas pelo simples interesse, que se divide em duas partes: por um lado, o interesse do indivíduo (IL [Iniciativa Liberal]), e por outro lado, o interesse comum que anula os interesses dos indivíduos entendidos enquanto indivíduos (Bloco de Esquerda). O que resulta da anulação do interesse comum em relação ao interesses individuais, é a "Vontade Geral".

Escreve Bertrand Russell (idem, página 639):

«Segundo Rousseau, o que na prática interfere com a expressão da vontade geral é a existência de associações subordinadas dentro do Estado. Cada uma quer ter a sua vontade geral, que pode ser oposta à da comunidade como todo. “Pode dizer-se que não há tantos pareceres como homens, mas há tantos como associações”. A consequência é importante: “É portanto essencial, se a vontade geral pode exprimir-se, que não haja sociedades parciais dentro do Estado, e cada cidadão pense apenas por si; tal é o sublime e único sistema estabelecido pelo grande Licurgo”. Em nota, Rousseau apoia-se em Maquiavel. »

A guerra ao associativismo na sociedade (a defesa do atomismo social) é uma característica tanto dos “liberais” da IL [Iniciativa Liberal] como dos “libertários” do Bloco de Esquerda. Estes dois partidos são uma imagem espelhada (de um e doutro).


“Ele há dois tipos de conservador: o conservador da lata e o conservador da sardinha.”
→ Agostinho da Silva

Salazar foi um conservador da sardinha.

Se Deus Quiser !

sexta-feira, 7 de junho de 2024

A revolta do bangladeche Ikbal é produto do Ocidente “liberal” que criou a ilusão de que não há limites para a liberdade


A Internet, e as tecnologias associadas a ela, vieram transformar fundamental- e irreversivelmente o mundo.

Quando, há anos, comecei a ver paquistaneses, bangladeches ou africanos com “smartphones”, percebi imediatamente que as migrações vindouras para o Ocidente teriam sempre a ver com uma nova percepção do mundo que a tecnologia propala (sobretudo a percepção de eventuais possibilidades de ascensão social materialista) pela população do Terceiro Mundo — e nada a ver com a ideia miseravelmente propagandeada por uma Esquerda psicótica e delirante (delírio interpretativo), que vê no Aquecimento Global Antropogénico a causa das migrações, e um substituto encapotado do marxismo.

Quem estiver atento ao discurso (por exemplo) de Clara Ferreira Alves nos me®dia (SICn), tem a noção exacta do que significa Delírio Interpretativo.

Outra causa das migrações do Terceiro Mundo para o Ocidente são as guerras regionais, como foi o caso da guerra na Síria, e/ou as consequências da chamada Primavera Árabe — literalmente incentivadas e organizadas pelos bilionários globalistas (aka Grupo dos Trezentos) aliados aos caciques regionais e/ou locais (sejam estes marxistas ou islamitas radicais).

Fica claro que o bode expiatório das migrações em massa, é atribuído, no entanto, ao putativo Aquecimento Global Antropogénico.

Os me®dia (ou Média), controlados pelos globalistas e internacionalistas, criam um mito (mediante a pseudo-informação e a sub-informação) para ocultar, na percepção dos povos, as verdadeiras causas das migrações massivas do Terceiro Mundo em direcção ao Ocidente.

Em vez de desenvolverem e fazerem progredir os países dos Terceiro Mundo, os globalistas (aliados aos caciques locais, entre estes os neo-marxistas) pretendem transformar o mundo inteiro em um imenso Terceiro Mundo globalizado — um Planeta-Prisão, em que a classe média é erradicada, e implantado um novo tipo de feudalismo à escala global.



A revolta do bangladeche Ikbal é produto do Ocidente “liberal” que criou a ilusão de que não há limites para a liberdade.

O liberalismo resultou desfavorável à própria liberdade, porque ignora as restrições que a liberdade deve impôr a si mesma para não se auto-destruir.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

O casaco de malha do João Távora



Cascais é outra coisa!

Parir crianças portuguesas é ser “fassista” e “rassista”


Concordo com esta citação de um texto de Rui Ramos:

“(...) não há nada que a extrema-esquerda mais receie do que ver os imigrantes integrarem-se nas sociedades ocidentais, como se integrou a velha “classe operária”. Deseja vê-los confinados em guetos, inseguros e desconfiados, e assim disponíveis para a guerra santa contra o capitalismo e a democracia liberal.”

O que o Rui Ramos pretende dizer é que a nova classe revolucionária (da Nova Esquerda) é o Lumpemproletariado — ao contrário do que acontecia com o marxismo clássico, em que o Lumpemproletariado era considerado maldito por Karl Marx.

Porém, a probabilidade de integração dos imigrantes na nossa sociedade — mormente os islâmicos — é baixíssima (ver singularidade islâmica).   

Olhamos para o exemplo de países da Europa, por exemplo, Reino Unido, Bélgica, Suécia e até a Holanda, e verificamos que a integração dos imigrantes (islâmicos) é praticamente nula. Não existe.

O problema é que, para o liberal Rui Ramos, “integração” tem sobretudo uma conotação económica.

Ou seja, o factor cultural da integração social dos imigrantes é secundarizada por qualquer liberal que se preze. Por isso é que os liberais apoiam o multiculturalismo, e por isso estão a “dar com os burros na água”.

Portanto, a probabilidade de vermos um imigrante do Bangladeche a cantar o fado (ou a apreciá-lo, sequer) é praticamente zero; nem ele, nem a quinta geração dele. E, embora em grau menor, o mesmo tipo de dificuldade probabilística se aplica a um imigrante angolano e/ou brasileiro.

Neste sentido, a imigração “em barda”, para além de criação de uma nova classe revolucionária (o Lumpemproletariado), tem a vantagem (para a Esquerda) e promover a Oikofobia na nossa sociedade — a alienação cultural que é um dos objectivos da Nova Esquerda marxista cultural.

A Esquerda odeia a nossa cultura antropológica apenas pela razão de ela “ser a que existe”.

“Alles muss Anders sein!” (Adolfo Hitler): “Tudo tem que ser diferente!”, berrou o revolucionário alemão. A cultura (no sentido de “cultura antropológica”) que existe é responsabilizada (pela Esquerda) pela irrealização da utopia.

A cultura tem que ser totalmente alterada, virada do avesso, destruída até, para a realização da utopia revolucionária.

Porém, igualmente espantosa é a Direita que temos, bem expressa no João Távora: por um lado, ele não tem “uma visão alarmista do panorama” (da imigração actual), “com a implementação de políticas de integração dos estrangeiros sempre a chegarem, a que nos teremos de habituar ao longo das próximas décadas” (sic). Mas, por outro lado, a Direita que temos está resignada com a crise demográfica “de que já se vem sentindo os resultados e se irá agravar nas próximas décadas” (sic).

Ou seja, para a Direita, assim como para a Esquerda, a imigração é inevitável porque as nossas mulheres (as autóctones) não podem nem devem parir. Ponto final. E quando países (como a Hungria e a Coreia do Sul) têm políticas de incentivo à natalidade autóctone (que o CHEGA também defende para Portugal), uns e outros chamam a essas políticas de “fassistas” e “rassistas”.